Nossa jornada de estudos em Paris!!

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terça-feira, 13 de março de 2012

Cinco bons hábitos Franceses

Neste seis meses na Cidade Luz, já foi possível fazer um breve levantamento sobre os hábitos dos franceses. Listo os melhores, na minha opinião:

Leitura: Todos os dias vemos pessoas lendo no trem, no metrô, no ônibus, na espera pela baguete na boulangerie e até mesmo caminhando na rua! Livros novos, velhos, de Paulo Coelho à Dostoievski. O bom hábito também se prolifera por causa da grande quantidade de sebos que se espalham pela cidade, onde pode-se comprar livros à 0,50 euros. Há também lojas como Gilbert Jeune, que vende livros novos a bons preços, mas também é possível trocar os velhos livros por novos.

Comer bem: Aqui não tem quem não limpe o prato! Saladas, legumes, frutas e pouca quantidade de gordura fazem parte do farto prato do francês. Além do pão e do queijo (ou iogurte) de sobremesa. Sim! O queijo aqui é umas das mais apreciadas sobremesas. Crianças não fazem cara feia na frente de um prato de repolho. Desde cedo são ensinados a comer de tudo. Nada de birra na hora das refeições. 

Exercícios físicos: Eita povo que gosta de correr!!! Ao abrir a cortina às 6:30 da manhã, mesmo numa gelada manhã de inverno, já é possível ver as pessoas correndo pelas ruas da cité. Não há neve que intimide. Os hábitos de corrida, caminhada, bicicleta e esportes coletivos são muito incentivados. 

Política: Não há pessoa que não tenha uma boa visão da situação política do país e uma opinião para expressar. É comum ouvir nas refeições, calorosas discussões sobre os candidatos à presidência, principalmente nesta época pré-eleições na qual estamos. Creio que esse hábito é saudável para o país, pois as pessoas não se alienam do que se passa no cenário político com a desculpa muito ouvida no Brasil "ah.. detesto política! É sempre tão sujo!" Aqui, sujo ou não, o assunto sempre está em pauta.

Produtividade: Já ouvi alguns brasileiros comentando que os franceses trabalham pouco. Não é totalmente errado, pois comparado com a jornada brasileira, os franceses trabalham menos horas (35h/semana) e tem mais períodos de férias por ano. Mas ao mesmo tempo, eles utilizam muito bem o tempo dedicado ao trabalho. Mais importante que passar horas no escritório, é fazer esse tempo render.  

sábado, 3 de março de 2012

Onde comer em Paris?

Voilà, uma lista dos nossos lugares preferidos...

Tipico Francês
Saveurs de Savoie, Comida boa e barata, bem ao estilo francês de casa. A formule (que já foi explicada neste post) fica em 10 euros no almoço e 15 no jantar. Este é um dos nossos preferidos, sempre levamos os amigos la. De entrada tem saladas, terrines e até escargot (foi lá que eu provei!!). Como prato principal o boeuf bourguignon (a nossa carne de panela com batatas) e o cofit de canard (coxa de pato conservado e cozido na gordura, própria e de porco) são excelentes:. E de sobremesa, créme brulée.

Francês "moderninho"
Le Verre Siffleur: Apresentado por um amigo de um amigo, que é muito exigente, tornou-se um dos mais visitados. Um pouco mais caro (18 - 25 euros, sem bebida) mas a comida é excelente, e mescla pratos bem franceses com outros mais "exóticos". No cardápio, parmentier de canard (pato com purê de batatas); côte d'agneu (um corte de carne de carneiro) e brochete de poulet au curry (espetinho de frango ao molho curry). As sobremesas deixam um pouco a desejar pela falta de variedade, não pela criatividade. Destaque para o bolo de chocolate com sorvete de baunilha e crosta crocante de biscoito, caramelo e manteiga salgada! (o famoso caramel au beurre salé)

Italiano
Casa Valentino Pra nós, o italiano de sempre!! Já fomos em alguns poucos italianos por Paris, mas esse é o nosso "coup de coeur"!! O festival de pâte (três tipos de massa com três molhos diferentes) é sempre o mais pedido pela mesa. Eu fico nas saladas generosas e variadas. Há também pizzas e carnes. De sobremesa, um maravilhoso crème brulée ou tiramissu, feito no restaurante.

Asiático
Lao Lane Xang Restaurante thailandes e vietmanita, eleito duas vezes o melhor asiático de Paris. Comida ótima e um preço bem razoável. Pedi uma sopa de camarões e um outro prato com frango e leite de coco. A massa que eles servem é de arroz, um lugar perfeito para os celíacos!! Eu, que amo comida asiática, saí quase rolando do restaurante, e pagamos em torno de 35 euros para os dois, com direito a chá de jasmim e sobremesa.


Português
Fonte Nova. Na verade, o restaurante não fica exatamente em Paris, numa cidade da Île-de-France que se chama Gentilly. Como fica atrás da Cité Internationale, vamos lá com uma certa frequência. Já chegamos em 20 pessoas pra comer feijoada portuguesa e bacalhau. Barato e muito gostoso!

Turco
Istanbul Bela surpresa apresentada pelo Sebatian, amigo francês da galera! O nome sugere pizzas, mas o cardápio vai muito além. Comida muito saborosa, pão quentinho e bom atendimento, tudo por menos de 15 euros por pessoa, em média. Vale a pena!!

Dica geral: a bebida nos restaurantes é sempre bem cara, comparada com o valor da comida. Mas a água (da torneira) e o  pão, não podem ser cobrados. Isso é uma lei francesa. Não vale a pena tomar refrigerante, por exemplo. Não se acanhe em não pedir outra bebida diferente da garrafe d'eau (se pronuncia 'carrafe dô').

Au revoir!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Na terra do vinho (e não é Bento)


Mês passado fizemos nossa primeira viagem dentro da França. E começamos muito bem, fomos para Bordeaux.
Fomos de TGV (trem da alta velocidade), percorrendo os quase 600 km de Paris até lá em três horas e meia.


Chegamos no hotel as 9h da manhã e o primeiro contato com uma pessoa de Bordeaux nos fez pensar que não tínhamos saído da capital da bufada. Falei para a moça da recepção que tínhamos uma reserva. Ela olhou com uma cara de muito incomodada e disse "gentilmente" que o check-in era só depois das 14h. Aí perguntei se podíamos deixar as bagagens. Ela deu uma bufada que não poderia de forma alguma ser seguida de uma resposta positiva... e soltou um "bien sûr" (claro). Como já estamos acostumado com o jeitinho dos parisienses, a situação foi muito engraçada.
Mas fora esse momento, fomos bem atendidos na cidade.

Aproveitamos o primeiro dia para dar uma volta pela cidade. Almoçamos no centro e fomos conhecer o Jardim Botânico. Lugarzinho muito bonito, que deve ficar ainda melhor na primavera (sim, como todos os jardins botânicos).
No centro da cidade, tem um grande escritório de atendimento ao turista, onde fomos nos informar sobre as visitas às vinícolas (dica de um amigo que tinha ido lá uns meses atrás). Eles tem várias opções de passeios e visitas guiadas à diversas vinícolas nas cidades vizinhas.
E pode-se também pegar mapas e algumas dicas ali mesmo e fazer o próprio roteiro (foi o que fizemos).
Em frente à esse escritório de turismo fica a École du Vin, um lugar que oferece cursos de degustação de vinhos e tem um ambiente muito bonito e agradável, onde ficamos um bom tempo conversando e bebendo bons vinhos à preços bem razoáveis (2,50 a 6 euros a taça).


Depois voltamos para o hotel caminhando pela beira do rio Garonne, curtindo a cidade à noite, que é um espetáculo à parte. Todos os prédios históricos tem uma iluminação muito bem planejada, o que deixa a cidade ainda mais bonita à noite.

No dia seguinte, com o mapa das vinícolas em mãos, pegamos um trem e fomos para Saint Emilion, uma cidadezinha medieval a 40 min de Bordeaux. E que cidade! Muito bonita, patrimônio histórico mundial e mantém as mesmas características de quando foi construída, entre os séculos 8 e 12. A vista da parte mais alta da cidade é incrível.
Passamos o dia lá, conhecemos a cidade e visitamos duas caves de vinícolas locais. Caves mesmo, pois os vinhos são armazenados em cavernas escavadas debaixo da cidade quando da sua construção.
Existe também a possibilidade de visitar vinícolas maiores, conhecer o processo de fabricação, fazer degustações, etc. Mas descobrimos que a maioria delas não oferece visitações no período do inverno. Aí aproveitamos para passar o dia caminhando pelas ruazinhas da cidade e conhecendo todos os cantos possíveis.

Voltamos à noite para Bordeaux, mais uma banda pela cidade e, na manhã seguinte, trem para Paris de novo.

Baita viagem para se fazer em um fim de semana.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Férias adiantadas


Segunda-feira, fui para a école, onde eu deveria fazer uma prova, mas as provas estão suspensas devido a uma manifestação dos alunos, contra a demolição do "bar dos alunos" ocorrida na quarta passada.

No prédio onde ocorrem as aulas, fica o "foyer des élèves", uma espécie de centro acadêmico que, diferente dos CAs, DCEs e afins da UFRGS, é frequentado por todos os alunos e boa parte dos professores e pesquisadores da escola. Dentro desse ambiente tem um bar (ou tinha), que foi construído há mais de dez anos com dinheiro da associação dos alunos, e é administrado por eles.
Acontece que segunda-feira passada começou uma reforma no foyer, promovida pela escola, onde iriam fazer alguns reparos "sem mexer no bar". Aí quarta de manhã botaram o bar abaixo!!!

Na sequencia, um cidadão da administração da escola mandou um e-mail dizendo que nos últimos meses tem acontecido alguns atos de vandalismo (portas e vidraças quebradas, material roubado de um laboratório...) e por isso mandou derrubar o bar!

Então começou um movimento muito intenso por parte dos alunos. No dia seguinte, a école já estava tomada de cartazes "agradecendo" a abertura ao diálogo apresentada pela direção. Começaram a aparecer diversos e-mails de pesquisadores renomados que foram alunos da école (alguns inclusive trabalham lá hoje) repudiando a atitude unilateral de derrubar o bar e principalmente a justificativa, que coloca a responsabilidade dos tais atos de vandalismo sobre os alunos e "frequentadores do bar" (como já disse antes, todos os alunos da escola + boa parte da comunidade científica que ali trabalha).







Na sexta-feira houve uma assembléia geral dos alunos e a maioria votou por um boicote às provas dessa semana como forma manifestação. Em paralelo à isso, foram feitos diversos contatos entre os representantes dos alunos e a direção da escola.
E o que a direção fez? Suspendeu as provas, já que a maioria não às faria mesmo.
Eles poderiam simplesmente aplicar as provas e dar zero para aqueles que às boicotassem. É claro que isso seria muito ruim para a reputação da escola, mas era uma possibilidade.




O que mais me chama a atenção nessa história toda é a civilidade com que as coisas estão ocorrendo. Nada de manifestações exageradas e sem propósito por parte dos alunos (o que sempre acaba reduzindo a legitimidade de movimentos como esse) e uma demonstração de abertura para o diálogo (ainda que tardia) por parte da direção.

Até agora, segue tudo na mesma. Oficialmente, todas as provas foram adiadas para uma data à definir e seguem as tentativas de negociação para a reconstrução do bar. Semana que vem estarei de férias (agora é greve, não férias) e espero que na volta as coisas já estejam resolvidas ou encaminhadas. O fato é que tenho mais uma história interessante pra contar dessa empreitada em terras francesas.

E a luta continua, companheiros!!!
Não à supressão do bar!!!



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Neve!

Alegria, alegria! A neve chegou!
Domingo amanheceu branquinho de neve! Saí da cama e qual foi minha surpresa quando abri a cortina e vi aquele manto branco brilhante que cobria as ruas e os telhados de Paris!
Mais que rápido, tomamos café, ligamos pros amigos e fomos conhecer pessoalmente a Madame Neve.
Linda, gelada, molhada e escorregadia!
Fotos, fotos, e fotos....
Depois voltamos pra Maison du Brésil pra feijoada da Vanda!

Delícia de dia!







Brasileiros na Neve!

Au revoir!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Paris, a capital da moda!

Post sobre moda despretensioso, ok?

Semana de moda em Paris! Não para mortais como nós que não temos convites dourados nas mãos!
Não faço a mínima ideia de onde ocorrem os desfiles pela Cidade Luz, mas vejo em cada esquina  uma pessoa mostrando a sua moda.

A verdadeira moda.

Nada de grandes marcas estampadas. Pouca ostentação é o que eu tenho visto por aqui.
Como estou de férias, aproveitei alguns dias para vasculhar alguns brechós da cidade, e vi muita gente mergulhando (as vezes, literalmente) nos baús de 1 euro para buscar aquele look Cindy Lauper que eu gostaria de esquecer que existiu um dia!!! Mas.... a moda é cíclica, e vira e mexe algumas coisas velhas (ops, vintage!) voltam para a alegria de uns e pavor de outros.

As adolescentes voltaram 25 anos no tempo, e hoje se vestem igual à Madonna no final dos anos 80. Cabelos crespos presos ao lado da cabeça, grandes óculos de acetato, jaquetas volumosas e pernocas de fora!




As que hoje tem 25 - 30 anos, investem em saias menos curtas, estampas florais delicadas, meias pretas finas e sapatos baixos. (ufa.... ainda bem que estou nessa categoria).





Garotos? Calças apertadas, jaquetas com peles ou jeans bem surrada e boné de aba reta!



Cores? Bem... no inverno, assim como na minha terra (RS), a opção são pelos tons escuros. Nada muito colorido. A não ser os tênis dos garotos bem ao estilo "Fresh Prince of Bel Air". OMG!!!

Outra exceção nas cores: os orientais! Esses, além de sempre vestirem várias peças de roupa, estas são sempre muito coloridas e bem humoradas! As vezes é um refresco para os olhos ver tanta cor junta! Acho uma graça as combinações deles. Eu deveria ter feito umas fotos das minhas colegas orientais. Sempre muito originais!


Au revoir!

Fonte das fotos: http://www.journaldesfemmes.com/
https://www.icuinparis.com

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Espanha e os "melhores do mundo" (na visão da Marcela)

Uma semana fugindo de Paris antes das festas de final de ano e das provas de janeiro. Essa foi a premissa da viagem à Espanha!

Foram 3 dias em Barcelona e 3 dias em Madri.

Barcelona é fantástica. Cheia de vida, de cores, de lindas obras de Gaudí, e o mais importante pra nós: o mar!!!
Nosso primeiro contato com o Mediterrâneo foi frio, mas muito bonito. O dia (e toda a semana) foi de céu azul, sol e temperaturas bem baixas, entre -1 ° e 7 °C, e com muito vento!! O mar muito azul nos chamava, mas o vento nos trazia de volta... demos só uma voltinha na areia pra dizer um "oi, tudo bem?".


Fomos ao Aquário, que é lindo e rende boas fotos! Mas não dá pra esperar nada muito espetacular, pois anda bem mal conservado.


O melhor mesmo é caminhar pela cidade, pelas Ramblas, pelo Parque Güel, ver a Sagrada Família, se perder nas ruazinhas do Bairro Gótico (que nada mais é do que um bairro antigo, cheio de ruelas simpáticas e lojas pra comprar roupas e acessórios bacanas de designers novos).
Mas lá conhecemos o melhor chocolate quente do mundo: Farggi. Altamente recomendado!!!

Depois de 3 dias na fantástica Barcelona pegamos um trem super rápido (que saiu mais caro que as passagens de avião, ida e volta!) para a simpática Madrid.

Madri já é uma cidade muito mais 'capital': funcional, metrô impecável, bem sinalizado, museus lindos e pessoas apressadas!
Comemos bem, bebemos bem, conhecemos o Museu do Prado e o Museu Reina Sofia. Ambos são fantásticos, mas cada um no seu quadrado. Enquanto o Prado tem obras mais antigas, o Reina Sofia abriga obras mais modernas. (amigos historiadores, desculpa, mas datas não são meu forte!!) Mas igualmente imperdíveis. Obras como Guernica de Picasso e as Pinturas Negras de Goya estão lá.
No Parque do Retiro pode-se passar boas horas caminhando entre as árvores, fontes e obras, e encontrar o Palácio de Cristal. Uma pena que estava fechado no dias que fomos lá. Sempre abriga exposições e a entrada é grátis.

Lá conhecemos a melhor comida indiana do mundo: Restaurante Tandoori Station. Sou muito suspeita pra falar de comida indiana, que eu adoro, mais esse restaurante teve direito a repeteco nos 3 dias que ficamos por lá.
A iluminação de Natal estava muito linda! A praça de Cibeles e o Palácio da Comunicações mostravam um show de cores! Neste último é possível subir até a torre, de graça, e ter uma vista panorâmica da cidade. Só tem que pegar tickets na bilheteria e marcar hora.



Enfim...


O país passa por uma fase economicamente delicada. O desemprego e o descontentamento das pessoas nas ruas é grande. Ouvimos muitas reclamações e vimos alguns protestos. Mas nada violento ou que estragasse a nossa viagem.
Mas também vimos muitas pessoas que não estavam nem aí pra crise: foi a maior concentração de casacos de pele que já vi na vida. E muitas vezes acompanhados 'daquela bolsa da vitrine da Chanel!'

Au revoir!