Nossa jornada de estudos em Paris!!

Benvindo! Bienvenue !

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Férias adiantadas


Segunda-feira, fui para a école, onde eu deveria fazer uma prova, mas as provas estão suspensas devido a uma manifestação dos alunos, contra a demolição do "bar dos alunos" ocorrida na quarta passada.

No prédio onde ocorrem as aulas, fica o "foyer des élèves", uma espécie de centro acadêmico que, diferente dos CAs, DCEs e afins da UFRGS, é frequentado por todos os alunos e boa parte dos professores e pesquisadores da escola. Dentro desse ambiente tem um bar (ou tinha), que foi construído há mais de dez anos com dinheiro da associação dos alunos, e é administrado por eles.
Acontece que segunda-feira passada começou uma reforma no foyer, promovida pela escola, onde iriam fazer alguns reparos "sem mexer no bar". Aí quarta de manhã botaram o bar abaixo!!!

Na sequencia, um cidadão da administração da escola mandou um e-mail dizendo que nos últimos meses tem acontecido alguns atos de vandalismo (portas e vidraças quebradas, material roubado de um laboratório...) e por isso mandou derrubar o bar!

Então começou um movimento muito intenso por parte dos alunos. No dia seguinte, a école já estava tomada de cartazes "agradecendo" a abertura ao diálogo apresentada pela direção. Começaram a aparecer diversos e-mails de pesquisadores renomados que foram alunos da école (alguns inclusive trabalham lá hoje) repudiando a atitude unilateral de derrubar o bar e principalmente a justificativa, que coloca a responsabilidade dos tais atos de vandalismo sobre os alunos e "frequentadores do bar" (como já disse antes, todos os alunos da escola + boa parte da comunidade científica que ali trabalha).







Na sexta-feira houve uma assembléia geral dos alunos e a maioria votou por um boicote às provas dessa semana como forma manifestação. Em paralelo à isso, foram feitos diversos contatos entre os representantes dos alunos e a direção da escola.
E o que a direção fez? Suspendeu as provas, já que a maioria não às faria mesmo.
Eles poderiam simplesmente aplicar as provas e dar zero para aqueles que às boicotassem. É claro que isso seria muito ruim para a reputação da escola, mas era uma possibilidade.




O que mais me chama a atenção nessa história toda é a civilidade com que as coisas estão ocorrendo. Nada de manifestações exageradas e sem propósito por parte dos alunos (o que sempre acaba reduzindo a legitimidade de movimentos como esse) e uma demonstração de abertura para o diálogo (ainda que tardia) por parte da direção.

Até agora, segue tudo na mesma. Oficialmente, todas as provas foram adiadas para uma data à definir e seguem as tentativas de negociação para a reconstrução do bar. Semana que vem estarei de férias (agora é greve, não férias) e espero que na volta as coisas já estejam resolvidas ou encaminhadas. O fato é que tenho mais uma história interessante pra contar dessa empreitada em terras francesas.

E a luta continua, companheiros!!!
Não à supressão do bar!!!



Um comentário:

  1. Nós alunos do hemisfério meridional apoiamos esta nobre causa (eu pelo menos). Onde já se viu derrubar o bar dos alunos!

    ResponderExcluir

Obrigado pela visita! Não esqueça de assinar!